1 de fevereiro de 2011

A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA NA IGREJA

A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA NA IGREJA


TEXTO ÁUREO = “Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça”. Hb 12.11


VERDADE APLICADA = A disciplina praticada na igreja treina o cristão na santidade e o desafia a permanecer na presença do Senhor, a autêntica doutrina bíblica auxilia o crente a ter uma vida espiritual abundante, habilitando-o a ser uma poderosa testemunha de Cristo.


LEITURA BIBLICA= I Co 5: 1 - 2 e 5:-11-13


INTRODUÇÃO



Qual o segredo do avanço irresistível da Igreja Primitiva? Já nos capítulos iniciais dos Atos dos Apóstolos, constatamos algo de sumo importância.
Mesmo não possuindo uma fórmula mágica de administração, a Igreja precisou de apenas três décadas para chegar aos pontos mais distantes do Império Romano. Consolidados no ensino da Palavra de Deus mantinham-se os cristãos firmes na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor e reverência.



E muitas eram as maravilhas que o Senhor operava por intermédio deles. Ao contrário do que pensam alguns estudiosos, a Igreja do Pentecostes não era piegas nem emocional; era bíblica e teologicamente cristocéntrica.A fim de nos alicerçarmos no ensino dos apóstolos e dos profetas, entraremos a estudar, a partir deste domingo, as doutrinas fundamentais de nossa fé. E a cada lição constataremos: sem a instrução da Palavra de Deus, o avivamento é impossível.


Uma série de escândalos havia desencadeado sobre a igreja de Corinto, e, possivelmente, o mais vergonhoso de todos eles tenha sido envolvimento íntimo de um de membros com a mulher do seu próprio pai. Como não bastasse, havia ainda outro pecado que se cometia. Não era pecado do membro infrator, mas da congregação. Os cristãos eram tolerantes com o pecado praticado e a liderança da igreja seus não tomara nenhuma medida disciplinar ( I Co 5.2).


1. O PERIGO DA INDIFERENÇA CONTRA O PECADO


O pecado de envolvimento do cristão com a sua madrasta foi tão abominável quanto o da indiferença da igreja pelo pecado. Paulo, porém, ao tomar consciência dos fatos, agiu de modo firme e contundente, a fim de que tais práticas não destruíssem o testemunho acerca de Cristo e sua Palavra (ICo 5.3). Ele, contudo, disciplina o pecador visando recuperá-lo, e não destruí-lo (2Co 13.10).

a) A disciplina visa educar e mudar. A disciplina destinada a mudar e educar o autor do erro é recuperativa. Quando os pais disciplina o filho como “punição” por sua desobediência, a ação é “punitiva’. Quando, porém, pelo fato de amarem o filho, desejam ensiná-lo a não repetir o ato, e após a disciplina, o aconselham e mostram o amor que lhe devotam, e se forem cristãos, oram com ele, a ação é “recuperativa’.


b) A disciplina visa sempre à recuperação — Paulo denominou o pecado de incesto de “pornéia”, ou seja, imoralidade sexual. Sob a lei levítica, a punição seria a morte por apedrejamento (Lv 18.7,8). A lei romana também considerava esse relacionamento ilegal. Esta primeira situação, portanto, não só era errado, como era também um escândalo público. O castigo previsto para tal situação era restrita- mente punitivo, Paulo, entretanto, estabelece um castigo recuperativo. Sua esperança era que, muito embora o castigo fosse severo e humilhante para o homem, isso o levaria ao arrependimento de sorte que seu espírito pudesse ser salvo ( I Co 5.4,5).


c) A falta de disciplina promove destruição — Paulo repreende a igreja de Corinto por tolerar o pecado: “Não sabeis que um pouco de fermento leveda toda a massa?” ( I Co 5.6). Em outras palavras, a presença do homem na congregação, sem ser repreendido e disciplinado, levaria outros membros a considerar o pecado levianamente. Alguém até podia seguir o exemplo do homem. A única forma de salvar o corpo, se um pé infeccionado ameaça destruí-lo, é amputar o pé. Melhor é perder o pé do que destruir a vida de todo o corpo: “Lançai fora o velho fermento”, disse Paulo, “para que sejais uma nova massa” ( I Co 5.7).


2. A IGREJA DEVE ASSUMIR POSIÇÃO FIRME CONTRA O PECADO



Para que os coríntios permanecessem puros, a igreja deveria assumir uma posição firme contra o pecado. O apóstolo Paulo os aconselha a andar na companhia de pessoas retas, como meio preventivo contra o pecado: “Já por carta vos escrevi que não vos associeis com os impuros” ( I Co 5.9).


a) O crente iníquo faz o mundo desprezar a igreja — O pecado de um cristão pode prejudicar a congregação inteira, como acontece no corpo humano: “De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um deles é honrado, com ele todos se regozijam” ( I Co 12.26). Daí, Paulo dizer que o culpado, não podia continuar como membro da igreja, pois toda a congregação estava sendo prejudicada. O infrator deveria ser excluído até arrepender-se de seu pecado, para mais tarde, ser restituído novamente à comunhão (2Co 2.5-11).


b) O pecado corrompe a vida espiritual do cristão — Paulo compara o fermento ao processo pelo qual o pecado se propaga numa igreja, corrompendo assim a vida espiritual de muitos: “Pelo que façamos festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia...” ( I Co 5.8).
Qualquer igreja que não toma medidas severas contra a imoralidade sexual entre seus membros descobrirá que a influência maligna desse mal se alastrará pela congregação e contaminará várias pessoas. O pecado deve ser rigorosamente removido; de outro modo, o Espírito Santo não terá lugar nesta igreja (Ap 2.3).


c) A disciplina é necessária para o bem da comunidade — Um pecador persistente, que continua sendo aceito sem disciplina dentro da comunidade cristã, mancha todo o corpo. Notemos que Paulo se refere às práticas pecaminosas deliberadamente repetidas dentro da comunidade. Todos nós cometemos pecados e precisamos de purificação; mas todos nós temos a obrigação de ser implacável com qualquer coisa que enfraqueça a nossa vocação ou contamine a nossa comunhão com Cristo. Paulo não está esperando santidade perfeita ou pureza absoluta; ele apela para que haja sinceridade e compromisso com a verdade (l Co 5.8).


3. O CRISTÃO RESTAURADO HONRA A CRISTO


Quando a igreja disciplina o cristão, deve fazê-lo como ato redentor. Nunca devemos sentir prazer em punir as pessoas. Devemos, antes, lamentar, porque o cristão que peca traz vergonha sobre a igreja e o nome de Cristo. Quando o cristão, porém, é restaurado à comunhão da Igreja, tal ato traz glória a Deus e salva um “irmão” da perdição (Tg 5.19,20).


a) A reconciliação é alcançada mediante a restauração — A restauração dos caídos se verifica quando eles são trazidos de volta à retidão (2Co 5.17-20). Eles se arrependem, reconhecem a sua pecaminosidade e passam a ter uma vida santa ( I Pe 1.15,16). Os disciplinados percebem sua insensatez e maldade, abandonando seu estado de decadência espiritual. Eles compreendem a sua situação pecaminosa, levantam-se e deixam a velha vida (Jr 15.19).


b) A pureza da igreja relaciona-se com a retidão — Para que a comunhão seja restabelecida entre irmãos, através da reconciliação, a igreja precisa ser pura. Assim, o cristão que passou pela disciplina torna-se companheiro de todos novamente e assume seus compromissos como membro integrante de uma comunidade sadia. Deste modo, a pessoa é reconduzida à santidade, tornando-se mais experiente, mais sábia e mais forte (Sl 119.67).

c) A disciplina não é necessariamente permanente — Antes de se tornar uma medida corretiva, a igreja deve seguir o princípio estabelecido por Jesus de marcar uma consulta pessoal com o irmão infrator, para persuadi-lo a seguir pelo caminho certo (Gl 6.1). Uma parte importante do trabalho pastoral consiste em aconselhar os membros problemáticos da congregação, orar com eles e por eles. Mas o que fazer quando o referido cristão se recusa a abandonar o pecado? Nesse caso, a igreja tem de agir com base em Mateus 18.15-20.



4. OS PECADOS DEVEM SER ENCARADOS COM SERIEDADE


Após tratar sobre o pecado de fornicação, Paulo aborda sobre cinco outros tipos de pecados: avareza, idolatria, maledicência, bebedices e violência. Tais pecados agridem os padrões cristãos e devem ser tratados com muita severidade ( I Co 5.10-12).


a) A avareza é contrária à fé cristã — A palavra grega “pleonexia”, normalmente é traduzida por “avareza” ou “ganância” e traz a seguinte conotação: “ajuntar cada vez mais, nunca se satisfazendo plenamente com o que já se tem”. A Bíblia identifica a busca insaciável pelas riquezas como idolatria, a qual é demoníaca ( I Co 10.19,20; Cl 3.5). A avareza é, na perspectiva de Cristo, um obstáculo tanto à salvação como ao discipulado (Mt 19.24; 13.22).


b) A idolatria é um insulto contra Deus — A idolatria é uma prática dificilmente reconhecida pelos cristãos. Hoje em dia, por exemplo, os ídolos que escravizam os homens são os da sociedade de consumo. O Novo Testamento declara que a cobiça é uma forma de idolatria. A conexão é óbvia, pois os demônios são capazes de proporcionar benefícios materiais (Lc 13.16). Uma pessoa insatisfeita com aquilo que tem e que sempre cobiça mais, não hesitará em obedecer aos princípios e vontade desses seres sobrenaturais. Embora não adore ídolos de madeira e de pedra, entretanto, adora os demônios que estão por trás da cobiça e dos desejos maus (l Co 10.21; Mt 6.24).


e) A maledicência revela falta de amor — O maledicente é uma pessoa injuriosa que aprecia falar da vida alheia. Jesus disse que, “quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar tolo, estará sujeito ao inferno de fogo” (Mt 5.22). O vocábulo grego tem o significado particular de injuriar os que estão na liderança. Trata-se principalmente de um ato de violência praticado com a língua por parte daqueles que criticam e desprezam a tudo e a todos (2Tm 4.14,15). Os tais terão que prestar contas a Deus (Pv 6.14-19).


5. CAPÍTULO 5 = vv.1-11: A morte de Ananias e Safira;

Vv. 1-11. O pecado de Ananias e Safira foi que as pessoas pensassem que eles eram discípulos eminentes, quando não eram discípulos verdadeiros. Os hipócritas podem negar-se a si mesmos, e deixar suas vantagens mundanas em um determinado caso se tiverem a perspectiva de alcançar benefícios em outro. Ambicionavam a riqueza do mundo e não confiavam em Deus, nem em sua providência. Pensavam que podiam servir a Deus e a Mamom, e poderiam enganar os apóstolos. O Espírito de Deus em Pedro viu o princípio de incredulidade que reinava no coração de Ananias.


Qualquer que tenha sido a insinuação de Satanás, este não poderia ter enchido o coração de Ananias com esta maldade, se ele não houvesse consentido. A falsidade dele foi o intento de enganar o Espírito de Verdade, que falava e agia tão manifestamente por meio dos apóstolos. O delito de Ananias não foi reter parte do preço do terreno; poderia ter ficado com tudo se quisesse; seu delito foi tentar impor-se sobre os apóstolos com uma mentira espantosa unida à cobiça, com o desejo de ser visto.


Se pensamos que podemos enganar a Deus, fatalmente enganaremos a nossa própria alma. Como é triste ver as relações que deveriam estimular-se mutuamente às boas obras, endurecerem-se mutuamente no que é mau! Este castigo, na realidade foi uma misericórdia para muitas pessoas. Ele faria as pessoas examinarem a si mesmas rigorosamente, com oração e terror da hipocrisia, cobiça e vanglória, e a continuarem agindo assim. Impediria o aumento dos falsos crentes. Aprendamos com isto quão odiosa a falsidade é para o Deus da verdade, e não somente evitar a mentira direta, mas todas as vantagens obtidas com o uso de expressões duvidosas e de significado duplo em nosso falar.


Vv. 12-16. A separação dos hipócritas por meio dos juízos discriminatórios deve fazer com que os sinceros se apeguem mais estritamente uns aos outros e ao ministério do Evangelho. Tudo o que tenda à pureza e à boa reputação da Igreja promove o seu crescimento; porém, somente aquele poder que realizava tais milagres por meio dos apóstolos pode resgatar os pecadores do poder do pecado e de Satanás, e agregar novos crentes à companhia de seus adoradores. Cristo opera por meio de todos os seus servos fiéis, e todo aquele que recorrer a Ele será curado.

Vv. 17-25. Não há cárcere tão escuro nem tão seguro em que Deus não possa entrar e visitar os seus, e se lhe agrada, tirá-los dali. A recuperação das enfermidades e a libertação dos problemas nos são concedidos, não para que desfrutemos das consolações da vida, mas para que Deus seja honrado com os serviços de nossa vida. Não é próprio que os pregadores do Evangelho de Cristo se escondam em lugares distantes quando têm a oportunidade de pregar a uma grande congregação. Devem pregar aos mais vis, cujas almas são tão preciosas para Cristo quanto às almas dos mais nobres.


Falai a todos, porque todos estão incluídos. Falai como aqueles que decidem defender, viver e morrer por algo. Dizei todas as palavras desta divina vida celestial, comparada à qual, esta vida atual terrena não merece o nome de vida. Falai as palavras de vida que o Espírito Santo coloca em vossas bocas. As palavras do Evangelho são palavras de vida; palavras pelas quais podemos ser salvos. Quão infelizes são aqueles que se sentem angustiados pelo êxito do Evangelho! Não podem deixar de ver que a Palavra e o poder do Senhor estão contra eles, e tremendo pelas conseqüências, mesmo assim seguem adiante!


Vv. 26-33. Muitos fazem ousadamente, algo mal, e mais tarde não suportam ouvir sobre este fato, ou que lhes acusem de tê-lo cometido. Não podemos esperar ser redimidos e curados por Cristo se não nos entregamos para ser governados por Ele. A fé nos faz aceitar ao Salvador em todos os seus ofícios, porque Ele veio não para nos salvar em nossos pecados, mas para nos salvar de nossos pecados. Se Cristo tivesse sido enaltecido para dar domínio a Israel, os principais sacerdotes teriam lhe dado as boas-vindas. Contudo, o arrependimento e a remissão dos pecados são bênçãos que eles não valorizavam nem perceberam que necessitavam; portanto, não reconheceram sua doutrina em absoluto. Onde o arrependimento opera, a remissão é outorgada sem falta.

Ninguém se livra da culpa e do castigo, senão aqueles que são libertos do poder e do domínio do pecado, aqueles que se apartam do pecado e voltam-se contra ele. Cristo concede arrependimento por seu Espírito, que opera através da Palavra para despertar a consciência, para dar sentimento de tristeza pelo pecado e uma eficaz mudança no coração e na vida. Dar o Espírito Santo é uma prova evidente de que a vontade de Deus é que Cristo seja obedecido. Com toda certeza Ele destruirá aqueles que não querem que reine sobre eles.


Vv. 34-42. O Senhor ainda tem todos os corações em suas mãos, e às vezes dirige a prudência do sábio do mundo para refrear os perseguidores. O bom senso nos ensina a ser prudentes, uma vez que a experiência e a observação indicam que o êxito das fraudes em matéria de religião tem sido muito breve. Ser reprovados pelo mundo por amor a Cristo deve ser a nossa verdadeira preferência, porque faz com que nos coloquemos mais de acordo com Ele e sirvamos os seus interesses. Eles se regozijaram nisto. Se sofrermos o mal por fazermos o bem, desde que o soframos fazendo o bem, como é o nosso dever, devemos nos regozijar nessa graça que nos capacitou para agir assim.

Os apóstolos não pregavam a si mesmos, mas a Cristo. Esta era a pregação que mais ofendia aos sacerdotes. Pregar a Cristo deve ser a atividade constante dos ministros do Evangelho; a Cristo crucificado, a Cristo glorificado; nada fora disto, a não ser o que se refere a isto. Qualquer que seja a nossa situação ou nível social nesta vida, devemos procurar conhecê-lo e glorificar o seu nome.


6.O QUE É DOUTRINA BÍBLICA

Ao contrário da filosofia, a doutrina cristã não se perde em especulações. Se por um lado, conduz- nos a conhecer mais intimamente a Deus; por outro, constrange-nos a ter uma vida santa e irrepreensível. Andrew Bonar, ao destacar-lhe a importância em nosso cotidiano, foi enfático: “Doutrina é coisa prática, visto que desperta o coração”.


1. Definição. A doutrina é um conjunto de princípios que, tendo como base as Sagradas Escrituras, orienta o nosso relacionamento com Deus, com a Igreja e com os nossos semelhantes. Ela pode ser definida, ainda, como ensino da Bíblia.
Este, contudo, tem de ser persistente, sistemático e ordenado, induzindo os santos a se inteirarem de todo o conselho de Deus (At 20.27).

2. Objetivos. O principal objetivo da doutrina bíblica é aprofundar o nosso conhecimento de Deus (Os 6.3). Se não o conhecermos experimental e redentivamente, como haveremos de colocar-nos a seu serviço? (I Sm 3.7).
O Israel do Antigo Testamento caiu na apostasia por não conhecer a Jeová.
Através de Oséias, lamenta o amoroso Senhor: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento” (Os 4.6). De igual modo, visa a doutrina bíblica à perfeição moral e espiritual do ser humano. Escrevendo ao jovem pastor Timóteo, o apóstolo


Paulo é mais do que claro; é incisivo: “Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (II Tm 3.17). Ideal inatingível?
Se contarmos apenas com as nossas próprias forças, jamais atingiremos semelhante padrão. No entanto, se nos entregarmos à graça de Nosso Senhor, nossa vereda refulgirá de tal forma que viremos a resplandecer como os astros no firmamento (Pv 4.18; Dn 12.3).


3. Doutrina e costumes. Doutrina não são costumes. Todos já ouvimos essa frase. No entanto, a boa doutrina, quando corretamente interpretada, gera costumes bons e sadios. Conseqüentemente, um povo que ignora as verdades bíblicas com facilidade assimilará os costumes do Egito e de Canaã (Lv 18.3).

Foi o que ocorreu com os israelitas: durante a peregrinação no deserto, imitaram os egípcios; na Terra Prometida, os cananeus. Eis porque somos instados a não amar o mundo (I Jo 2.15). Por conseguinte, quanto mais doutrinados forem os crentes, mais os seus costumes conformar-se-ão à Palavra de Deus.
Ai Martin é positivo: “A finalidade para a qual Deus instrui a mente é para que Ele possa transformar a vida”.

No Salmo 119, pergunta Davi: “Como purificará o jovem o seu caminho?”
Responde o salmista: “Observando-o conforme a tua palavra” (Sl 119.9).
Não podemos, portanto, dissociar os bons costumes da doutrina. Como aqueles dependem desta, logo: a boa doutrina gera, necessariamente, os bons costumes.


7. A NECESSIDADE DA DOUTRINA


Há cristãos que, menosprezando a doutrina bíblica, alegam: “O importante não é a teoria; e, sim: a prática”. Entretanto, quem disse que a doutrina bíblica é meramente teórica? Ela é a vontade de Deus. E, como tal, deve ser posta em prática. Aos filhos de Israel, ordena o Senhor: “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando- te e levantando-te.
Também as atarás por sinal na tua mão e te serão por testeiras entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas” (Dt 6.6-9). Vejamos por que a doutrina bíblica é necessária.

1. A doutrina bíblica proporciona-nos a salvação em Cristo. Paulo instrui ao seu jovem filho na fé: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina: persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem” (I Tm 4.16).

2. A doutrina bíblica santifica-nos. Em sua oração sacerdotal, refere-se o Cristo ao poder santificador da Palavra de Deus: “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os aborreceu, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou. Santifica-os na verdade: a tua palavra é a verdade” (Jo 17.14-17).


3. A doutrina bíblica torna-nos sábios. Timóteo, instruído por sua mãe, Eunice, e por sua avó, Lóide, veio a tornar-se um dos maiores obreiros do Novo Testamento. Jovem ainda veio ele a ser considerado um sábio, conforme lhe escreve Paulo:

“E que desde a tua meninice sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus” (II Tm 3.15). Enfim, é a doutrina bíblica imprescindível para o nosso crescimento na vida cristã. Sua necessidade pode ser constatada tanto coletiva quanto individualmente.
William S. Plumer analisa a eficácia da doutrina bíblica na vida cristã: “Doutrinas fracas não são páreo para tentações fortes”.

8. A DOUTRINA BÍBLICA E O SERVIÇO CRISTÃO


Infelizmente, há obreiros que, no ímpeto de evangelizar, não se aplicam a aprender a doutrina bíblica. Acham que o ensino sistemático das Sagradas Escrituras é perda de tempo. Deveriam eles atentar a esta recomendação de Charles Spurgeon: “Os homens, para serem verdadeiramente ganhos, precisam ser ganhos pela verdade”. Vejamos por que a doutrina bíblica é importante ao serviço cristão.

1. Na evangelização. Na divulgação do Evangelho, acha-se implícito o ensino da doutrina bíblica, conforme podemos inferir da Grande Comissão que nos confiou o Senhor Jesus: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28.19,20 -ARA). A evangelização pressupõe, essencialmente, a presença da doutrina bíblica.


2. Na instrução dos santos. Paulo jamais se mostrou remisso quanto à doutrinação da Igreja de Cristo. Em Trôade, ministrou aos irmãos até altas horas:
“No primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão, Paulo, que devia seguir viagem no dia imediato, exortava-os e prolongou o discurso até a meia-noite” (At 20.7,8 -ARA). Nem o incidente com o jovem êutico lhe arrefeceu o ardor doutrinário: “Subindo de novo, partiu o pão, e comeu, e ainda lhes falou largamente até ao romper da alva” (At 20.11-ARA).


3. Na defesa da santíssima fé. Somente poderemos defender a santíssima fé se nos dedicarmos com afinco ao estudo da doutrina bíblica: “Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (I Pe 3.15). Está você preparado para defender a sua fé e a apresentar as razões da esperança que temos em Cristo?


CONCLUSÃO


Outros pecados mencionados por Paulo foram bebedices e violência, que também se traduz no original grego por “harpax”, roubador. Os que incorrem nesses tipos de pecados devem igualmente sofrer ações disciplinares por parte da igreja, a fim de que o testemunho da comunidade seja preservado e os tais devidamente restaurados para a glória de Deus. Enfatizando a importância das doutrinas bíblicas, afirmou Joseph Irons: “Abracemos toda a verdade ou renunciemos totalmente ao cristianismo”. O que isto significa? Não podemos acreditar em algumas doutrinas, e desacreditar em outras. Haveremos de receber toda a verdade conforme no-la confiou o Senhor em sua Palavra: integralmente. Sem doutrina, a vida espiritual é impossível.



Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS


BIBLIOGRAFIA

Comentário Bíblico Mathew Henry
Lições bíblicas BETEL 2004
Lições bíblicas CPAD 2006